Todo o entorno ofertado, ações e olhares devem estar voltados para o desenvolvimento dos sentidos que se formam prioritariamente nos primeiros sete anos da criança.
O sentido do tato, desenvolvido através da brincadeira com o barro, com a areia, com a madeira, com a lã de carneiro, com as árvores e folhas, ao rolar na terra, ao molhar o corpo, ao passar no túnel de tecido, que mais tarde se transformarão em sensação de segurança, confiança, devoção, veneração e habilidade social.
A vivência de um ritmo diário de atividades, da experiência de tirar o casaco ao esquentar, colocar o chapéu ao sol forte, de colocar o casaco no frio, de beber água para se refrescar, proporcionando às crianças a compreensão de que estão em seus corpos e a entender as informações que recebem dele, possibilitando assim o desenvolvimento do sentido vital, que mais tarde lhes darão a sensação de estarem preenchidos de bem-estar e percepção de si mesmos. O sentido vital é o educador do caminho para a fecundidade da vida espiritual.
Subir em árvore, varrer, rastelar, cavar, ativar sadiamente as funções corpóreas colocando seu corpo em movimento, não de forma caótica mas sim ritmicamente, possibilitam o desenvolvimento do sentido do movimento que mais tarde se tornará alegria e liberdade. Steiner nos diz que este sentido é o pássaro em nós, além de ser o fundamento da vontade.
Os jogos infantis, os quais desafiam a criança a manter o equilíbrio, tais como andar no tronco, subir em árvore e andar na corda bamba desenvolvem o sentido do equilíbrio que trará calma interior, autoconfiança e sensação de harmonia com o ambiente.
As rodas ou exercícios rítmicos que desenvolvem todos os sentidos citados ainda acalmam a excitação exagerada, tão presente em nossa sociedade atual, despertam e revigoram o organismo infantil.
As atividades plásticas de aquarela e modelagem dão vida a estes sentidos e os trabalhos manuais contribuem para autoconfiança e concentração.
Todos estes sentidos formam a base, o solo fértil para o desabrochar de um desenvolvimento sadio e integral de nossas crianças.
Graciela Franco da Silveira